sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Quem dera ser um peixe...

Você já olhou o mar por mais de cinco minutos durante uma noite de verão? É impressionante o quão pacífico ele se torna!
O som das ondas...o insinuante balanço das marés...tudo parece ficar tão suave!

Caminhar pela praia tendo a noite como ilustre companhia, traz a sensação de que a jornada é bem mais leve. Qualquer coisa fica palpável quando se está lá, sentindo os pés bordarem a areia. É possível imaginar de tudo! Das aventuras mais sublimes às fantasias mais inquietantes. Basta deixar a brisa invadir o corpo e a alma se faz capaz de derrubar todos os limites impostos pelo chato, malvado e doentio cotidiano.

Namorar com as estrelas, enche o coração de esperança e idéias. É romântico, porém, saliente. É sexy e, ao mesmo tempo, doce.

O que os peixes fazem quando a Lua toma conta do Céu e torna escuro o fundo do mar?

Será que lá existem bares, praças, estacionamentos, varandas, mesas de sinuca...motéis?!

Ah..sei lá! O fundo do mar não pode e nem deve ser tão ruim! Senão, que graça teria em ser uma moréia? Ou um plâncton da Mauritânia?

Bom...olhar o mar à noite me traz delírios, sonhos, reflexão...me leva de encontro à vida!
Mas o que mais me encanta no mar é o quanto ele é senhor de si! Não importa o que aconteça na terra firme, do calçadão adentro, é ele quem manda! Seja o banhista negro ou branco, belo ou feio, astuto ou meio lesado, rico ou miserável...se quiser um mergulho, vai ter que respeitá-lo! Respeitar as suas regras, as suas vontades. O mar é soberano...ele é livre e joga as marés para onde bem entender.

Se eu voltar em outra vida, quero nascer um peixe! Ou melhor, quero baixar por aqui de novo como um tubarão! Que, embora seja um "peixe" em espécie, não se mistura em cardumes idiotas quaisquer! Ele tem personalidade. Costuma rumar sem destino certo, mas sabendo exatamente onde quer chegar.
Tubarão não morde anzol qualquer! Não faz o que não está a fim de fazer e nem se esconde sob falsos dogmas. Tubarão é bicho esperto...

Assim, acho que serei bem feliz. Poucos predadores para enfrentar, poucas iscas para me confundir...apenas, nadando rumo à liberdade permitida e oferecida pelo "Tio Mar".

Ufa..! Agora, é melhor calçar as sandálias, sacudir bem as pernas para tirar qualquer resíduo que possa sujar o tapete do carro e partir.

Afinal, amanhã acordo às 7h e o dia será bem puxado...e olhar para o mar por muito tempo durante uma noite de verão, mexe demais com a cabeça da gente!

Por Alan Carvalho!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Será que existe vida em Marte?

Da janela do meu quarto, costumo olhar a noite. Quase sempre estrelada. Quando solitário, principalmente nos dias de chuva fina, gosto de pensar sobre as coisas. Coisas de todos os tipos. Das lembranças de minha infância aos meus planos para o futuro...eu paro, olho para o alto e penso! Simples assim!

Tenho 27 anos de idade, para alguns estou ficando velho. Para outros, sou apenas um reles garoto iniciando a pesada jornada de aprendizados da vida! Mas, sei lá...acho que somos, de fato, o que somos. Nada além disso.

Nesses dias em que faço da minha janela a melhor companheira, descubro muitas imagens. Não sei dizer direito o que elas são ou representam, pois elas nem sempre fazem sentido. Mas, eu percebo que de alguma forma elas são importantes...elas contam a história de algo. Algo que talvez eu ainda não tenha vivido, mas que, contudo, me tornam tão íntimo de mim mesmo quanto tudo aquilo que eu tenha por direito anexado às minhas memórias.

Mas, o que procuramos? O que tanto esperamos? O que realmente é importante nessa vida? O que eu estou fazendo aqui?

São tantas as perguntas sem resposta. Tantas são as aflições do dia-a-dia. Tantos são os momentos em que duvidamos do que realmente vale a pena, que essa sensação de que a garganta vai sufocar a qualquer momento ao ser bombardeada por pavores repentinos, nem mais me incomoda.

Quando vejo notícias na Tv, leio os jornais pela manhã ou dou uma olhada na internet para ver o que está rolando por aí, me sinto fraco. Uma certa sensação de impotência toma conta de mim. Novas guerras explodem nos muitos cantos do Mundo em nome do poder e da ambição, crianças são espancadas pelos próprios pais, pessoas matam pessoas por absolutamente nada, o dinheiro modificando idéias e cimentando corações...afinal, o que estamos fazendo aqui?

Acho que vou me mudar para Marte!

Será que existe vida em Marte?

Eu acredito! Por que não acreditar? Oras, em um Universo tão brilhante...tão belo e irracionalmente infinito...por que tanta loucura ficaria comprimida apenas nesse planetinha tão ínfimo, a Terra?

Eu gostaria de encontrar um ET. Um marciano "gente-boa". Talvez sem aquelas anteninhas, sem aquela tonalidade verde-anilina, mas com grandes e misteriosos olhos. Olhos de quem observa ainda de longe a insanidade humana.

Eu também queria ver tudo isso de longe. Como mero expectador. Observando, rindo, de vez em quando chorando, porém, bem distante...tão distante quanto fico nos momentos em que olho a noite da janela do meu quarto. Nessas horas as coisas tem um pouco mais de graça, o Mundo fica menos feio e Marte encontra-se a apenas 2 km da minha rua...

Por Alan Carvalho!